segunda-feira, 11 de abril de 2011

Coisas da UFRJ...

Desde que entrei na UFRJ só me apaixonei cada vez mais pelo que eu já idolatrava. Sei que estudo em uma Universidade Federal cheia de problemas, falta de verbas (ainda mais agora que nossa digníssima presidenta cortou 3 bilhões da verba destinada a educação), infra estrutura precária (principalmente para os alunos de letras e outros cursos menos "privilegiados"), entre outros. Mas acontece muitaaa coisa legal lá dentro.

Hoje, por exemplo, eu conheci o Ferreira Gullar!

Alguns podem achar pouca coisa, mas eu leio poesias dele desde criança e simplesmente amo. Minha colega conseguiu um autográfo, mas eu não (buáá) pois não deu tempo, mas o que importa foi que eu o vi, e  o cumprimentei também. Ele também é muito simpático.

Em homenagem ao acontecimento, postarei aqui um dos meu poemas preferidos do Ferreira Gullar:


TRADUZIR-SE
(Ferreira Gullar)

Uma parte de mim 
é todo mundo:
outra parte é ninguém,
fundo sem fundo.


Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.


Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.


Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?


Por Camila Jasmin

sexta-feira, 8 de abril de 2011

LUTO

Passei a semana pensando sobre o que escrever aqui, até surgiram algumas ideias interessantes, mas depois dos acontecimentos de ontem nem fazia sentido falar sobre tais coisas. Então usarei o espaço hoje para manifestar minha tristeza e indignação a respeito da chacina acontecida ontem na escola do Rio.

Tristeza pelas crianças que perderam suas vidas, tão precocemente. Por aquelas que estão feridas, que carregarão não só na mente, mas também no corpo as cicatrizes da terrível cena. Pelos pais que agora amargam a morte de um filho querido. E por todas as outras crianças que presenciaram a cena e que, certamente, terão as marcas desse acontecimento registradas em sua memória, assombrando seus sonhos e perturbando suas mentes.

Indignação pelo fato de já existirem pessoas defendendo o tal sujeito. Sei que houveram fatores que marcaram a vida dele, sofrimento na infância, bullying... Pode até ser, mas todos sofrem. Invariavelmente. Não é fator que justifique tal atitude. 

Participei de uma discussão no orkut sobre quem seria o "responsável" pelo acontecido, caiu em pauta que os professores eram os principais dentre alguns outros. Quase me atacaram quando disse que não considerava papel do professor evitar algo desta magnitude. Antes que vocês me julguem também... me explicarei: Ainda acredito que o papel do professor é dar aula. Ele também deve apresentar aos alunos a ética e a responsabilidade social, contudo, é complicado jogar nas costas do professor a responsabilidade de ter formado mal um aluno e que por isso este se tornou um psicopata. O professor tem que ensinar o conteúdo proposto, preparar os alunos para a vida fora da escola, para o vestibular, o mercado de trabalho. Formar e não informar? Sim, concordo, estimular os alunos a desenvolver o senso crítico. Mas quanto a evitar que seu aluno torne-se bandido ou assassino? Muitas vezes nem os pais conseguem. No caso citado, por exemplo, o que estaria na mãos do pofessor era, ao perceber o comportamento estranho do aluno, encaminhá-lo a um neurologista ou psicólogo.Mas e se eles não pecebram? Agora, depois do estrago feito, apontam o dedo pros professores, ou a escola era ruim, não adianta, né? Esse é aquele tipo de situação onde todos e, ao mesmo tempo, ninguém é responsável. Triste a nossa realidade.

domingo, 3 de abril de 2011

Há muito tempo já não escrevia, achei que tinha perdido o gosto pela escrita, mas na verdade eu apenas tinha guardado essa parte de mim em uma gaveta. Uma das menores e mais escondidas gavetas dentro de mim. Depois de um ano atribulado, uma grande conquista me fez sentir vontade de escrever novamente. Em 2010 não pensei em nada além de livros e vestibular, vestibular e livros. Esse ano apesar de seu destruidor e desolador início para minha cidade e minha família, tive a felicidade de encontrar o meu nome na lista de aprovados do SiSU e sou agora estudante de letras uma das mais prestigiadas universidades do país: a UFRJ. Comecei a estudar mês passado e, em tão pouco tempo na faculdade de letras, me apaixonei mais uma vez pela arte de escrever (embora eu esteja muito distante de escrever como uma artista). Planejei recuperar meu antigo blog, mas ele ficou as moscas por tanto tempo que desisti de recuperá-lo e resolvi criar outro.
Como não era a única aprocura de uma "caixinha de idéias", eu e Carol criamos esse blog, onde postaremos tudo aquilo que nos deixa EN L'AIR, embora talvez possamos abrir também um espaço pras coisas que nos fazem cair no chão.

Por Camila Jasmin